QUERO

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:
Eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

FINAL DE SEMANA

Quando entrei no avião e percebi que tinha esquecido meus livros de espanhol para estudar durante as “horas vagas” do final de semana, entrei em desespero e tudo que eu queria era voltar pra casa. Felizmente, o avião já taxiava na pista e eu tive que viajar.

Sofri ainda por algumas horas até que resolvi relaxar. Não tinha mais o que fazer. Esqueci os livros, não esqueci? Então, do que adiantava o mau humor? E cá pra nó, até duvido muito que euzinha estudaria nas pouco mais de 36 horas de descanso que nós teríamos.

Enfim, o final de semana foi cheio...cheio de amigos, cheio de bons papos, cheio de cerveja, cheio de risadas, cheio de saudade. Desencanei de várias coisas e me permitir ser feliz por todos estes momentos.

Mas, como nada é perfeito. A volta pela Webjet atrasou mais de uma hora, o sistema para pagar o estacionamento do aeroporto pifou. Cheguei em casa quase 2 da manhã e já começo a semana cansada...cheia de sono.

PARA NÃO PEDER A PIADA...

Ligação para o Galo

Por MARCELO MENDES

- Alô. É da Libertadores?
- Sim, em que posso ajudar?
- Posso falar com o Galo?
- Sinto muito, mas faz muito tempo que ele não aparece por aqui!


- Alô. É do Brasileirão???
- Sim!
- Posso falar com o Galo?
- Ele está lá em baixo! Quer que eu chame?
- Não. Pode deixar, sem problemas. Falo com ele na segunda!


- Alô. É da Segunda Divisão?
- Sim
- Posso falar com o Galo?
- Ele deu uma saidinha mas já volta…

ESTABELECENDO NOVO CONTATO

Precisava escrever sobre a alegria de ontem a noite e assim, reinaugurar este blog.
Fui assistir ao espetáculo “Till, a saga de um herói torto”, do Grupo Galpão, de BH. Eles abriram o Festival Cena Contemporânea aqui de Brasília, que acontece até o dia 5 de setembro.

Fui sem nenhuma expectativa para o espetáculo. Minha aula de espanhol tinha sido cancelada, Rodrigo estava com o carro voltando de Goiânia e eu não tinha nada pra fazer, além de não ter como ir embora. Saí a pé do trabalho, atravessei a rua e já estava no teatro a céu aberto montado na praça do Museu da Republica, sob uma lua cheia encantadora. A noite era fria.

Pela sinopse, acreditei que assistiria a um drama épico ou a algo parecido com uma tragédia grega. Tinha me esquecido que se tratava do Galpão. Dei deliciosas risadas, aliviei o espírito pesado depois de um dia estafante de trabalho...

Till me fez pensar...na ingenuidade, na maldade humana, nas tantas armadilhas que armamos e armam pra gente no dia a dia. O espetáculo conta a história de uma aposta entre Deus e o Demônio sobre o que aconteceria com o homem se dele fossem tiradas algumas qualidades. O espetáculo vai ser apresentado novamente hoje, às 20h de graça.

Para conferir toda a programação do Cena Contemporânea: www.cenacontemporanea.com.br

Outros espetáculos deliciosos do Galpão: “Um Homem é um Homem”, “O Inspetor Geral” e o fantástico “Um Molière Imaginário”.
www.grupogalpao.com.br